
Bruno Magnata publica homenagem “A história do dançarino que foi morar no céu” pela memória de Jackson Santos
Em um certo dia qualquer não consigo mais abrir os olhos. Ouço vozes como se precisasse lutar para sair de um lugar escuro, e por mais que faça força, ela é inútil. Fujo por um momento dessa batalha e me lembro que esqueci de tirar minha camiseta do varal, pois tem Baile de noite ou de ligar para aquela aluna que queria fazer aula comigo. Talvez se eu esperar mais um pouco aqui, dê tempo de enviar aquela música pro meu amigo professor, que ele vem pedindo há tempos. Lembro também o Amor que tenho pela Dança, e não vejo a hora de voltar à treinar no final dessa quarentena.
Rapidamente me chacoalham como se quisessem me fazer pegar no tranco, mas algo me diz que tem coisa errada aqui nessa cama com esse monte de enfermeiros em volta de mim. Tento gritar, mas logo uma mão macia tampa minha boca e minhas lágrimas saltam lavando meu rosto. Olho para o lado onde vejo outra mão estendida em minha direção e digo: Quem é você ?
A voz me responde sussurrando: Sou Eu filho, me siga!
Levanto da cama, passo entre os enfermeiros que agora estão em silêncio, ando pelos corredores do hospital, observo muitas pessoas, mas elas não me enxergam. Talvez eu esteja sonhando, vou aproveitar para ir naquele Baile Samba Rock, dar risada, dançar e tirar fotos com meus amigos, mas não consigo mudar direção, pois minha intuição diz para eu seguir aquela luz.
Que portão é esse? me pergunto.
Já sei, aqui é o Céu!! Corro até a ponta de uma nuvem para gritar aos que me amam que estou bem, mas ouço choros e soluços.
Será que…
é o que estou pensando? Mas e minha Família, meus amigos e meus alunos?
Já sei, vou gritar e vou acordar. Quando de repente vejo um anjo voando em minha direção todo destrambelhado e pousa do meu lado como se tivesse que me contar algo.
Ele diz: Você que é o Jackson?
— Sim, Sou Eu, porque?
— Nosso Pai está te chamando, venha rápido!
E num piscar de olhos, surge uma porta enorme pintada de notas musicais com número escritos “5,6,7 vem”.
Me senti corajoso e empurrei, pasmo com o que vi e impossível de explicar, estou aqui para dizer que estou bem e sentirei saudades de todos, vivam, dancem, abracem e perdoem como nunca!
Espero por vocês Amigos, dancem por mim.
Publicação original
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