
Luis Vagner Guitarreiro deixou vasta obra musical a ser explorada
Com sua morte, cena fica órfã de um dos artistas mais plurais e criativos da música brasileira
Luis Vagner Lopes, o “Guitarreiro”, faleceu quando esta reportagem começava a ser escrita. Com a gentileza pela qual era conhecido de todos, o músico havia, tempos antes, aceitado o pedido de entrevista. “Vai ser o maior prazer falar contigo, Cristiano”, disse-me, em breve conversa pelo WhatsApp. Não deu tempo. Ele acabou se indo, aos 73 anos, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Vagner encontrava-se, então, ao lado da filha Manauara, com quem, nos últimos tempos, morava em Itanhaém, no litoral de São Paulo.
O Guitarreiro, que se recuperava de dois AVCs, partiu em 9 de maio de 2021, um domingo – apenas dois dias depois de Cassiano, que, ao lado dele, foi um dos grandes pioneiros da black music brasileira. Como poucos, Luis Vagner especializou-se, numa carreira de mais de cinco décadas, em amálgamas sonoras que trafegavam por inúmeras vertentes da música negra mundial. Soul, funk, jazz, reggae, samba, rock, brega, blues, ritmos latino-americanos: tudo que o Guitarreiro tocava resplandecia originalidade e sentimento.
Fernanda Braz, última esposa de Vagner, com quem tiveram dois filhos (Cacaia Iolanda e Pedro Mar y Raio), sublinha que, apesar do baque decorrente do AVC, o ex-companheiro encarou as adversidades sem jamais “perder a ternura”. E sempre, ela completa, com um sorriso estampado no rosto: “Ele [Vagner] mantinha o bom astral e, seja lá quem fosse, valorizava todas as pessoas. O Luis levava muito a sério a máxima do budismo, que ele professava desde 1987, de ‘prezar cada pessoa’. Eu acredito que isso transformava não só a vida dele quanto a dos outros”, diz Fernanda.
Filho de mãe índia, seu nome foi escolhido pelo pai, Vicente, que era músico (saxofonista, clarinetista e também violonista) da Orquestra Copacabana Serenaders. “Vagner”, explicou o filho, veio do compositor erudito alemão Richard Wagner e Luis, das emanações solares. “O meu velho me falava que Luis é nome de luz. E Wagner, por sua vez, foi um revolucionário. ‘Tu és, portanto, Luz Revolucionária!'”
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Fonte
Jornal do Comércio
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