A influência da música negra nos bailes de São Paulo segundo Luiz da Equipe “Os Carlos”


Antes de darmos início ao tema, necessário informar que a nossa manifestação é em torno da nossa experiência como produtor e diretor fundador da Equipe de Som “Os Carlos” fundada em maio de 1.966.

Certo é que a conhecida black music é originária dos Estados Unidos, pois desde a década de 50 teve o domínio e influência nos bailes de São Paulo, por meio da execução das grandes bandas, orquestras que imperavam na época. Como exemplo: Jimmy Smith, Ray Conniff, Earl Grant, Glen Miller, Românticos de Cuba, dentre outras, que com suas músicas envolventes, eram executadas pelos discotecários da época, com enfâse no primeiro DJ brasileiro, Seu Osvaldo, que era conhecido como “Orquestra Invisível”, pois tocava atrás das cortinas dos salões, ficava praticamente escondido e o povo dançando.

Aniversário de fundação da Frente Negra Brasileira em 1935 - Coleção: Arthur Ramos - Escolha do editor para exemplificar uma forma de união política do povo preto em São Paulo

Aniversário de fundação da Frente Negra Brasileira em 1935 – Coleção: Arthur Ramos – Escolha do editor para exemplificar uma forma de união política do povo preto em São Paulo

Aniversário de fundação da Frente Negra Brasileira em 1935 - Coleção: Arthur Ramos - Escolha do editor para exemplificar uma forma de união política do povo preto em São Paulo

Aniversário de fundação da Frente Negra Brasileira em 1935 – Coleção: Arthur Ramos – Escolha do editor para exemplificar uma forma de união política do povo preto em São Paulo

Lembro bem do salão de festas do Bloco Campos Elíseos, na Barra Funda, por volta de 1968, quando também recebia a total influência dos rock and roll americanos. E os frequentadores dançavam com a ginga brasileira, certamente, é de onde se originou o hoje conhecido samba rock.

Tudo isto, podemos chamar de Black Music, ou seja, como se sabe era a música dos negros americanos, que recebiam também a influência do seu país de origem, com ritmos africanos incorporados ao ritmo americanizado.

Houveram vários nomes no decorrer dos anos, pois foram se modernizando os ritmos, as melodias, as danças. Temos como exemplo: Rhythm and Blues, R&B, rock and roll, jazz, funk e ainda as músicas religiosas conhecidas como Soul.

Deste modo através destas variações, no Brasil, recebemos também a black music, que unida aos nossos ritmos e gingados, criamos: lambada, bossa nova, axé, pagode, funk carioca, rap etc. Tudo numa sequência de tendências, que tocados e divulgados, foram essenciais para a evolução dos bailes blacks em São Paulo.

Hoje certamente, até por conta destes resultados, enraizamos na nossa cultura paulistana o “samba rock” que já através de Lei Municipal, reconheceu como Patrimônio Cultural Imaterial Paulistano, o “samba rock” no dia 31 de agosto de 2016, comemorado, nesta data, por ser o dia de nascimento do artista “Jackson do Pandeiro”, primeiro a fazer menção da palavra “samba rock”. Assim, fica a nossa humilde homenagem, por ter participado “indiretamente” nesta construção. Muita honra para a esquipe Os Carlos, fazer parte deste contexto.

Por último, firmo que desde 1.960, através da música e de suas influências, somos honrados em participar na formação cultural do povo negro, durante mais de 50 (cinquenta) anos de bailes, na certeza da contribuição para a boa formação cultural do nosso povo com a valorização do conhecimento, comportamento e auto estima dos frequentadores.

Salve a Música Negra do Brasil. “OS CARLOS”, o som para dançar.

Fonte
Luiz Carlos Ribeiro da Silva/Facebook

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